De Olho No Cacau

Wilson, Taffarel e Fernando entram numa picada secular às margens da BA-652 na região de Brejo Mole.  Calçando botas de borracha, carregam um facão na cintura, um balaio nas costas e uma outra ferramenta de corte na mão: o podão.  Andam pela floresta fechada, lamacenta, escorregadia e íngrime com a propriedade de quem já visitou aquele lugar inúmeras vezes. Com um golpe, um dos homens prende um cacau na ponta do facão e o leva até o balaio.  O cesto, quando cheio, pode pesar até 50Kg e esse ritual se repetirá centenas de vezes;  a atividade do dia será a de catar os frutos espalhados pelo chão da roça que foram colhidos no dia anterior, juntado-os em montes conhecidos como bandeiras para depois serem separados e quebrados.
Para a quebra ou abertura do cacau os homens utilizam o Bodogo que é um facão muito afiado, encurtado ao meio.  Taffarel e Wilson proferem golpes firmes que passam a poucos centímetros dos dedos, rompendo a casca da fruta e revelando as amêndoas revestidas por uma polpa branca.  Fernando segue separando as frutas boas das ruins.  O contínuo rachar das cascas se estende por horas no meio da mata.
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